Introdução
Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma "linguagem" bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.
A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí advieram são indiscutíveis.
A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar, inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.
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Livio Abramo
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A0067
Lívio Abramo (Araraquara SP 1903 - Assunção, Paraguai 1992). Gravador, ilustrador, desenhista. Muda-se para São Paulo, onde, em 1909, estuda desenho com Enrico Vio (1874-1960) no Colégio Dante Alighieri. No início dos anos de 1920, faz ilustrações para pequenos jornais e entra em contato com a obra de Oswaldo Goeldi (1895-1961) e de gravadores expressionistas alemães. Realiza as primeiras gravuras em 1926. No começo dos anos de 1930, influencia-se pela fase antropofágica de Tarsila do Amaral (1886-1973). Durante o governo Getúlio Vargas, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual é expulso em 1932. É preso por motivos políticos por duas vezes. Ainda nessa época deixa de gravar para dedicar-se ao sindicalismo. Retornando à gravura em 1935, incorpora a temática social em seu trabalho. Em 1947, ilustra o livro Pelo Sertão, do escritor Afonso Arinos de Mello Franco, publicado em 1949 pela Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil. Com essa série de ilustrações, apresentadas no Salão Nacional de Belas Artes (SNBA), obtém o prêmio de viagem ao exterior. Segue para a Europa em 1951. Em Paris freqüenta o Atelier 17 aperfeiçoando-se em gravura em metal com Stanley William Hayter (1901-1988). De volta ao Brasil, em 1953, é premiado como o melhor gravador nacional na 2ªBienal Internacional de São Paulo. Dá aulas de xilogravura na Escola de Artesanato doMuseu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Foram seus alunos, entre outros, Maria Bonomi (1935) e Antonio Henrique Amaral (1935). Funda o Estúdio Gravura, em 1960, com Maria Bonomi. Em 1962, é convidado pelo Itamaraty a integrar a Missão Cultural Brasil-Paraguai, posteriormente Centro de Estudos Brasileiros. Muda-se para o Paraguai e dirige até 1992, o Setor de Artes Plásticas e Visuais. É fundador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraguai.
Comentário Crítico
Lívio Abramo começa a estudar desenho com Enrico Vio em 1909. Com incentivo do professor segue a carreira artística, fazendo para pequenos jornais suas primeiras ilustrações, na década de 1920. Autodidata em gravura realiza, em 1926, suas obras, trabalhando, de forma rudimentar, com lâminas quebradas em pedaços de madeira e adquire pouco depois suas primeiras goivas. Em 1928 e 1929, faz gravuras em linóleo para o jornal Lo Spaghetto, em que retrata a vida operária em formas bastante simplificadas, ao estilo cubista. No fim da década, entra em contato com as gravuras deOswaldo Goeldi e visita mostras de expressionistas alemães, que o afetam pela força e expressividade de sua arte, cheia de cor e de sentimento, manifestando o desejo de transformação que o artista procurava definir em seu trabalho.
No início dos anos 1930, a obra de Lívio Abramo é bastante influenciada pelo movimento da antropofagia, apresentando formas largas e arrendondadas ao estilo de Tarsila do Amaral, com elementos paisagísticos estilizados e deformação dos personagens. No período varguista, ingressa na política e filia-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual é expulso em 1932, acusado de ser trotskista. Entra para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) no ano seguinte, torna-se amigo do crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981). Em 1931, começa a trabalhar no Diário da Noite como desenhista, mas suas charges, como Inundação no Canindé, ca.1932, são consideradas demasiado críticas, é então designado para o cargo de titulista da seção internacional, no qual permanece até 1962. Em paralelo, dedica-se ao sindicalismo. Em meados da década de 1930, incorpora a temática social a seus trabalhos, resultado também do engajamento político. Tanto nas obras da fase operária como nas que tiveram como tema as guerras, segue a linguagem expressionista, marcada pela dramaticidade e monumentalidade das cenas. Impressionado com a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), realiza a série Espanha, 1938, com gravuras contundentes que revelam sua oposição ao conflito.
Na década de 1940, conhece o alemão Adolphe Köhler, professor de gravura, que o auxilia a dar refinamento técnico ao trabalho, tanto no tratamento da madeira utilizada nas pranchas quanto no uso de buris mais sofisticados, raiados, que em um só golpe cortam a madeira em diversos cortes paralelos, produzindo matizes diferenciados e variados. Em 1947, ilustra o livro Pelo Sertão, de Afonso Arinos de Mello Franco, publicado pela Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil, com xilogravuras em papel-arroz. Por este trabalho, viaja para a região de caatinga de Minas Gerais e Bahia e lê Mário de Andrade (1893-1945) e Euclides da Cunha (1866-1909). Afasta-se da estética expressionista e procura nova solução formal, mais despojada e sintética. O uso da madeira de topopermite mais delicadeza nos cortes, que, aliado a novos instrumentos, serve para expressar melhor seu conceito de luz, cor e forma da paisagem brasileira.
Nos anos seguintes, inicia os desenhos, guaches e aquarelas da série Macumba, nos quais se nota o interesse em captar o ritmo e a dança. Realiza posteriormente xilogravuras sobre esse tema, que alcançaram mais intensidade, com a ampliação da sensualidade das linhas na alternância das áreas de luz e de densa sombra.
Viaja para a Europa em 1951, com o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes. Freqüenta o ateliê de Stanley William Hayter e se aperfeiçoa em gravura em metal. Regressando da Europa, realiza as séries de gravuras Rio, ca.1953, Festa, ca.1954 e Mandala, ca.1955, de tendência abstratizante, nas quais cristaliza melhor sua linguagem gráfica, valorizada pela diversidade de tons e de texturas que articulam figuras e planos. Com a série Rio é premiado como o melhor gravador nacional na 2ª Bienal Internacional de São Paulo.
Dá aulas de xilogravura na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e, em 1960, funda com Maria Bonomi o Estúdio Gravura. Em 1962, radica-se no Paraguai e trabalha na Missão Cultural Brasil-Paraguai, posteriormente Centro de Estudos Brasileiros. Nas gravuras da fase paraguaia, recria a paisagem do país, trabalhando com pontilhados e linhas que se aproximam da renda local, nhanduti, muito delicada. Intensifica-se a simplificação da forma, predominam os elementos horizontais e verticais, que dão um ritmo intenso, lírico e por vezes dramático a composições quase abstratas, em que o artista não perde o referencial visual, buscando traduzir a geometria das fachadas das casas e dos povoados.
A produção de Lívio Abramo situa-se entre a figuração e a abstração. Seu engajamento ao programa modernista gradualmente é alterado pela abertura às vertentes não figurativas que começam a chegar ao Brasil após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O artista consegue conciliar, de maneira peculiar, esses dois conceitos opostos e, com refinamento técnico, apresenta em seu trabalho soluções formais de grande interesse estético.
Nascimento/Morte
1903 - Araraquara SP - 26 de junho
1992 - Assunção (Paraguai) - 26 de abril
Cronologia
Gravador, ilustrador, desenhista, professor
1907 - Vive em Santos, São Paulo
1909 - Muda-se para São Paulo
1911/1921 - Estuda no Colégio Dante Alighieri, onde cursa desenho com Enrico Vio
1923 - Trabalha na serraria do pai em Itacaré, São Paulo
1926 - Realiza suas primeiras gravuras
1928 - Realiza série de gravuras em linóleo para o jornal Lo Spaghetto
1930 - Ingressa no Partido Comunista Brasileiro - PCB. Com Lívio Xavier, Aristides Lobo,Mário Pedrosa e Fúlvio Abramo compõe uma ala dissidente no partido. É expulso em 1932
1930 - Trabalha fazendo desenho de moda, cartazes de propaganda, pintando anúncios, cortinas de teatro e cinema
1931 - Começa a trabalhar no Diário da Noite, como jornalista e ilustrador
1933 - Entra para o Partido Socialista Brasileiro - PSB. Torna-se trotskista
1933/1934 - Colabora com desenhos e gravuras no Homem Livre e na Vanguarda Socialista, dirigida por Mário Pedrosa
1934 - Faz decoração para o Teatro da Experiência do Clube dos Artistas Modernos - CAM
1937 - Funda o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo
1939 - llustra o álbum de músicas Negros e Folclore Brasileiro, de Hekel Tavares
1942 - Faz cinco litografias para álbum que contém também trabalhos de Bonadei, Clóvis Graciano, Carlos Scliar, Manoel Martins, Oswald de Andrade Filho e Walter Lewy
1942 - Ilustra os poemas Rosa, Rosa de Amor, de Vicente de Carvalho, com quatro pontas-secas
1944 - Faz quatro xilogravuras para a História Poética Brasileira, de Jamil Almansur Haddad
1947 - Realiza xilogravuras em papel de arroz para o livro Pelo Sertão, de Afonso Arinos, publicado em 1949 pela Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil
1951 - Com o prêmio de viagem ao exterior recebido no Salão Nacional de Arte Moderna - SNAM, viaja para França, Bélgica, Suécia, Inglaterra, Itália e Espanha
1951 - Em Paris, frequenta o Atelier 17 e se aperfeiçoa em gravura em metal com Stanley William Hayter
1953 - Volta ao Brasil e torna-se professor de professor de xilogravura na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP até 1959
1956 - Funda com artistas paraguaios o Taller de Grabado Julian de la Herrera em Assunção, Paraguai
1956 - Compõe o júri da 4ª Bienal Internacional de São Paulo
1956/1959 - Integra a diretoria do MAM/SP
1959/1962 - Organiza com Maria Bonomi o Estúdio Gravura, na Alameda Glete, São Paulo
1960 - Ilustra obras de Dostoievski para a Editora José Olympio
1961 - Organiza a exposição Arte Barroca das Antigas Missões Religiosas do Paraguai para a 6ª Bienal Internacional de São Paulo
1961 - Inicia série de litografias no ateliê de Octávio Pereira
1962 - Muda-se para Assunção, Paraguai. Trabalha na Missão Cultural Brasil-Paraguai (posteriormente Centro de Estudos Brasileiros), onde coordena o setor de artes plásticas e visuais, além de ensinar gravura, desenho e pintura e ministrar curso de história e análise da arte. Dedica-se também ao trabalho artístico, realizando principalmente litografias e desenhos
ca.1983 - Funda o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraguai
1988 - Recebe o Prêmio Oscar Trindad
1991 - Recebe o prêmio de honra da Fundação Bienal de São Paulo
1991 - Recebe o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA - Personalidade do Ano nas Artes Plásticas
2000 - É lançado o documentário Gravura e Gravadores, dirigido por Olívio Tavares de Araújo e produzido pelo Itaú Cultural, com depoimento do artista e outros gravadores
Críticas
"Sua arte caracteriza-se precisamente por essa identificação profunda entre ela e o artista. Daí sua marca principal ser o ímpeto da linha, que só se verga, só se encurva, ou ao exalar-se no seu impulso inicial ou pelo encontro de outra força maior. O ímpeto da linha e também a largueza do seu senso espacial traem a ascendência italiana do artista. O sopro de sua inspiração, entretanto, vem todo do calor e da sensualidade da natureza tropical e da dramaticidade nostálgica e rudeza monumental da paisagem urbana de São Paulo e do Rio.
Durante muito tempo, Abramo foi um artista verdadeiramente, autenticamente social, pois a paisagem imediata em que se desenrolava a sua própria vida o marcou indelevelmente com o drama da miséria humana e do heroísmo cotidiano, sombrio, impessoal, sem romantismo e sem arrebatamento, do trabalho proletário moderno.
(...)
Após o esforço estilístico das gravuras de Pelo Sertão, Lívio entrega-se à interpretação direta da natureza urbana circundante e de temas primários, globais, como o de macumbas. Em contraste com as gravuras precedentes, temos agora uma série magnífica de desenhos, realmente 'a mão livre'. O artista ganhou uma liberdade maior dentro de uma disciplina que já não é tão diretamente ditada pela fatalidade funcional, venha esta da goiva ou buril ou do material em que trabalha. Os temas humanos e os temas animais já não enfeitiçam o artista pelo seu lado anedótico ou meramente sentimental. Os desenhos a lápis, tinta e aquarelados que nos deu mais recentemente se impõem sobretudo pelo poder mais sintético das linhas, uma economia maior de planos e uma construção mais apurada e expressiva em que se destaca o caráter dramático e rigorosamente estruturado do conjunto. Sua arte alcança um equilíbrio plástico mais alto e, ao mesmo tempo, mais sóbrio e mais rico. As suas figuras de macumba tomam uma verticalidade gótica, um vigor plástico que nunca tiveram na arte brasileira. A macumba de Lívio Abramo é despojada de qualquer pormenor anedótico e de qualquer primitivismo exótico, para só ficar dela um ritual de ordem tão hierática, tão plástica, que se eleva à universidade de uma nobre cerimônia religiosa da alta antigüidade".
Mário Pedrosa
PEDROSA, Mário. Despedida de Lívio Abramo. In: ______. Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III. Organização Otília Beatriz Fiori Arantes. São Paulo: Edusp, 1998. p. 225-226
"Contra, mas às vezes concomitante, a essa vertente antropofágica que começava a se configurar na trajetória, então apenas iniciada de Lívio Abramo, iria se chocar sua necessidade de traduzir para o âmbito de sua produção gráfica um discurso político com direcionamento explícito à denúncia das lutas, das mazelas e das reivindicações das classes socialmente subalternas, no Brasil e no exterior.
Para que esse comprometimento social ganhasse força e aos poucos fosse desbancando - pelo menos temporariamente - a necessidade que Abramo sempre sentiu de produzir uma iconografia moderna e, ao mesmo tempo, 'brasileira', foram fundamentais suas visitas a três exposições de arte alemã, ocorridas em São Paulo. (...)
Foi por meio desses contatos diretos com impressionantes exemplares de uma gravura comprometida em desmascarar as injustiças da sociedade capitalista, como etapa primeira para uma investida definitiva rumo ao socialismo, que Abramo adquiriu estímulo suficiente para enveredar, de maneira mais decidida, para a tradução de suas inquietações ideológicas na gravura. Tal direcionamento acabaria fazendo com que, paulatinamente, o tratamento matissiano do suporte, assim como a inicial temática mítica, aos poucos cedesse espaço para uma iconografia na qual se percebe a necessidade de conceber uma figuração de teor mais analógico. Algumas gravuras da série Espanha (sobretudo as mais emblemáticas, de 1937) guardam um teor dramaticamente engajado, bem ao gosto do proselitismo verista que o realismo expressionista assumiu na obra de alguns artistas.
Esgotando, pouco a pouco, o compromisso explícito em denunciar as mazelas do capitalismo e o sofrimento provocado pelas guerras, nota-se, na trajetória de Lívio Abramo, um conflito muito grande, já mencionado: por um lado, um desejo de retomar a necessidade de criar uma iconografia, ao mesmo tempo atual e tipicamente brasileira, por outro, abrir-se ou opor-se ao desafio que as vertentes não figurativas internacionais colocavam para os artistas locais.
A necessidade de manter o programa do modernismo inicial e, ao mesmo tempo, a cobrança de se abrir às manifestações não figurativas que chegavam com força ao Brasil no imediato pós-guerra irão se transformar no grande dilema para uma quantidade significativa de artistas locais, ligados aos comprometimentos do modernismo da primeira metade do século XX.
Frente a essas duas opções, em tese excludentes, os artistas brasileiros tomarão posições diversas. Se alguns buscaram se manter fiéis ao nacionalismo figurativo de origem, transformando-se em cáusticos opositores da não figuração, outros irão, num primeiro momento, aderir incondicionalmente à nova onda, enquanto outros, ainda, buscarão encontrar posicionamentos plásticos intermediários e, de alguma maneira problematicamente conciliatórios, do ponto de vista formal, resultando obras de forte interesse artístico e estético. Lívio Abramo estaria colocado nitidamente nessa terceira situação.
Na passagem dos anos 40 para a década seguinte, a preocupação com o apuro técnico e formal de suas gravuras ganha maior relevância, ao mesmo tempo que a necessidade de retornar sua antiga preocupação por criar uma obra genuinamente brasileira entra em choque com os desafios propostos pela não figuração.
Em sua produção do início dos anos 50, onde a paisagem do Rio de Janeiro serviu-lhe de estímulo para criar uma iconografia nova, nota-se um forte caráter abstratizante. Nem figurativas nem abstratas, porém trazendo para o campo da obra - pela contigüidade de procedimentos estilísticos dessas origens conflitantes - o debate que se estabelecia cada vez mais intenso no Brasil, essas gravuras de Abramo são já os primeiros importantes índices dessa conciliação problemática de opostos, presente na arte brasileira do imediato pós-guerra".
Tadeu Chiarelli
MATRIZES do expressionismo no Brasil: Abramo, Goeldi e Segall. São Paulo: MAM, 2000 p.16.