Introdução
Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma "linguagem" bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.
A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí advieram são indiscutíveis.
A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar, inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.
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Darcy Penteado
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A0029
Darcy Penteado (São Roque SP 1926 - idem 1987). Pintor, ilustrador, desenhista, cenógrafo, figurinista, designer, gravador e contista. Integra o Grupo Novíssimos, em São Paulo, em 1948. No ano seguinte realiza a sua primeira exposição individual, na mesma cidade. Na década de 50, ganha o 1º prêmio do concurso para o cartaz da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, recebe o Disco de Ouro na categoria de melhor desenhista de capa de discos e ganha vários prêmios como figurinista: melhor figurinista brasileiro da 2ª Exposição de Artes Plásticas do Teatro, na Bienal Internacional de São Paulo- Prêmio Governador do Estado- Prêmio Saci, da Associação Paulista de Críticos Teatrais- e diversos prêmios pelos figurinos realizados para a peça Pedreira das Almas. Em 1962, recebe o prêmio de melhor ilustrador do Ano, da Câmara Brasileira do Livro, pelas ilustrações do livro Cantos da Cabra Cega, de Marcel Aymé. Ilustra também os livros O País do Carnaval, de Jorge Amado, e Infância, de Graciliano Ramos. Como contista, ganha menção honrosa da revista Status, em 1977.
Nascimento/Morte
1926 - São Roque SP
1987 - São Roque SP - 3 de dezembro
Cronologia
Pintor, ilustrador, desenhista, cenógrafo, figurinista, designer, gravador, contista