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Fernando Odriozola

Fernando Odriozola

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A0087

Fernando Pascual Odriozola (Oviedo, Espanha 1921 - São Paulo SP 1986). Pintor, desenhista, gravador. Começa a pintar em 1936. Vem para o Brasil em 1953, e fixa residência em São Paulo. No ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Portinari. O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) dedica-lhe outra individual, em 1955. Na década de 1960, leciona no Instituto de Arte Contemporânea da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e colabora como ilustrador nos jornais O Estado de S. Paulo e Diário de S. Paulo, e na revista Habitat. Em 1964, integra, com Wesley Duke Lee (1931 - 2010), Yo Yoshitome (1925) e Bin Kondo (1937), o Grupo Austral, ligado ao movimento internacional Phases. Na 8ª Bienal Internacional de São Paulo, de 1965, recebe o prêmio de melhor desenhista nacional, que lhe proporciona uma sala especial na edição seguinte do evento. No ano de seu falecimento, 1986, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) realiza uma exposição retrospectiva póstuma em sua homenagem.
Comentário Crítico
Os trabalhos de Fernando Odriozola apresentam como característica comum uma aura de misticismo e mistério. A lua está presente em muitos deles, ora como um halo luminoso, ora como um círculo negro em eclipse, ora como uma silhueta minguante. Esse astro que paira acima de tudo, e parece reger essas telas, é como uma lembrança de que, além de observar, os espectadores são também observados. Em termos de composição, nas pinturas de Odriozola, a lua aparece ainda como contraponto fixo ao que está em primeiro plano: em alguns casos, vê-se a sugestão de figuras animais, executadas com traços quase caligráficos- em outros, observam-se pinceladas abstratas feitas de modo rápido e vibrante, destacando-se em relação ao fundo, geralmente feitos com tons rebaixados.

Essas pinturas parecem exigir do espectador um trabalho de organização pelo olhar, um comprometimento com o esforço de relacionar os termos do enigma para então poder decifrá-lo. Dessa maneira, advém das pinturas a sensação de que seus elementos, suspensos na composição, aguardam a ativação necessária por parte do observador. As formas e figuras sugeridas - realizadas em tons esmaecidos e contornos leves - surgem, assim, como elos visuais cuja função é interligar o imaginário do próprio espectador ao do artista.
Comentário Crítico
Os trabalhos de Fernando Odriozola apresentam como característica comum uma aura de misticismo e mistério. A lua está presente em muitos deles, ora como um halo luminoso, ora como um círculo negro em eclipse, ora como uma silhueta minguante. Esse astro que paira acima de tudo, e parece reger essas telas, é como uma lembrança de que, além de observar, os espectadores são também observados. Em termos de composição, nas pinturas de Odriozola, a lua aparece ainda como contraponto fixo ao que está em primeiro plano: em alguns casos, vê-se a sugestão de figuras animais, executadas com traços quase caligráficos- em outros, observam-se pinceladas abstratas feitas de modo rápido e vibrante, destacando-se em relação ao fundo, geralmente feitos com tons rebaixados.

Essas pinturas parecem exigir do espectador um trabalho de organização pelo olhar, um comprometimento com o esforço de relacionar os termos do enigma para então poder decifrá-lo. Dessa maneira, advém das pinturas a sensação de que seus elementos, suspensos na composição, aguardam a ativação necessária por parte do observador. As formas e figuras sugeridas - realizadas em tons esmaecidos e contornos leves - surgem, assim, como elos visuais cuja função é interligar o imaginário do próprio espectador ao do artista.

Nascimento/Morte
1921 - Oviedo (Espanha)
1986 - São Paulo SP - 9 de junho
Cronologia
Pintor, desenhista, gravador

ca.1936/ca.1939 - Participa da Guerra Civil Espanhola e serve como oficial no Norte da África. Nas fileiras militares nasce o gosto pela pintura
s.d. - São Paulo SP - Trabalha como ilustrador nos jornais O Estado de S. Paulo e Diário de São Paulo, e na revista Habitat
1953 - Vem para o Brasil e fixa residência em São Paulo
Década de 1960 - Leciona no Instituto de Arte Contemporânea da Fundação Armando Álvares Penteado - Faap
1964 - Integra, com Wesley Duke Lee (1931), Yo Yoshitome (1925) e Bin Kondo (1937), o Grupo Austral, ligado ao movimento internacional Phases

Críticas
'A obra de Fernando Odriozola, ao longo dos anos, vem a cada dia sendo ainda mais um exercício da consciência, de uma consciência a um só tempo aguda e grave- aguda porque lírica- grave porque também épica. Seus espaços são sua forma de silenciar e tais silêncios nos lembram um simples verso do poeta Jules Valles. ´O espaço sempre me fez silencioso´. Fernando Odriozola utiliza-se do espaço visual de suas composições para compor sua sonata de esperança, na crença alquímica que todos deverão perceber suas cores de mago e bruxo, cores que falam de natureza (...). Pode parecer estranho, mas essa imensidão interior de Odriozola é a que oferece a verdadeira significação a certas expressões visuais de seus trabalhos. Não se pode ficar diante de seus desenhos ou pinturas sem sofrer uma espécie de magia que nos conduz à meditação- não a meditação dos gurus industrializados pelas metrópoles, mas os antigos sacerdotes de seitas tão misteriosas como inverossímeis. Em tais devaneios que conseguem dominar o homem meditativo, os pormenores se apagam, como ocorre nos trabalhos de Odriozola. O tempo se esconde e o espaço se estende, infinitivamente, pois não passa de diálogo entre duas imensidões'.
Alberto Beuttenmuller
FERNANDO Odriozola. Apresentação de Alberto Beuttenmuller. São Paulo: Galeria Alberto Bonfiglioli, 1979.

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