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Ivald Granato

Ivald Granato

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Ivald Granato Filho (Campos RJ 1949). Pintor, gravador, desenhista e artista multimídia. Em 1966, estuda pintura com Robert Newman. Depois, freqüenta por um breve período a Escola de Belas Artes. Desde a década de 1970, realiza performances e intervenções, recorrendo à fotografia e ao vídeo para documentá-las. Por duas vezes, em 1979 e em 1982, obtém o prêmio melhor desenhista do ano pela Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA. No início da década de 1980, participa de eventos com a Banda Performática, do artista José Roberto Aguilar, que associa pintura, música, teatro e circo. Realiza a exposição Ivald Granato: Desenhos 1964-2000, no Museu Nacional de Belas Artes - MNBA, no Rio de Janeiro, em 2002, e no Museu Brasileiro da Escultura - MuBE, em São Paulo, em 2003. Em sua produção são freqüentes as referências autobiográficas.
Comentário crítico

Ivald Granato começa a pintar muito cedo, inspirando-se em obras cubistas. Por um breve período, a partir de 1967, cursa a Escola Belas Artes, no Rio de Janeiro. Na década de 1970, produz obras que apresentam imagens viscerais ou fálicas.
Granato realiza pinturas nas quais trabalha com pinceladas rápidas, criando figuras de contornos imprecisos, associadas a signos, grafites, grafismos e manchas. Produz várias séries de obras, mudando o estilo da composição a cada tema tratado. Sua obra destaca-se pela espontaneidade e vivacidade, apresentando pinceladas vibrantes e, muitas vezes, tintas escorridas. Em seu trabalho, está sempre presente o traço autobiográfico, como em Auto-Retrato no Quadro, 1973. Já na tela Gata, 1982, o artista se aproxima da arte pop, empregando cores muito contrastantes, como também ocorre em My Friends, 1985. Granato apresenta obras que reúnem as referências ao cotidiano, o caráter fantástico e o erotismo. Desde os anos 1970, o artista realiza também várias performances.

Nascimento
1963 - Vice-presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos de São Paulo
1966 - Estuda pintura com Robert Newman, em Vitória
1966 - Vive no Rio de Janeiro
1967 - Ingressa na Escola de Belas Artes
1973 - Passa a residir em São Paulo
1979 - Recebe o Prêmio Melhor Desenhista do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA
1982 - Prêmio Melhor Desenhista do Ano pela APCA

Críticas

'(...) Ivald Granato é um vanguardista ´full-time´, que não isola os fatos da arte dos fatos vitais, aumentando continuamente as velocidades do viver e do fazer arte. Pluralista, não se sente comprometido com estilos, tendências ou suportes. Ele diz: ´Conheço as técnicas e as finalidades básicas da pintura. Posso fazer telas expressionistas, fauvistas, impressionistas ou em qualquer tendência mais recente. Por isso, transformei minha pintura num ato irônico sobre isto que conheço. Pintar, para mim, não é aplicar uma técnica conhecida, mas exercitar o ato de criar. (...) Granato pinta e desenha rápido e muito. Pinta sem qualquer sentido de continuidade, o quadro interrompido a cada momento por mil pequenas coisas (...). O assalto ao quadro à luz do dia. Granato, como Picasso, é uma espécie de ginasta da pintura: este e seu cotidiano são uma dança só, que ele vai coreografando ao longo dos dias. Tudo o que passa ou está por perto pode entrar no quadro, o filho, o brinquedo, o cachorro, ele mesmo, de gravata borboleta, assim como em suas performances surge travestido de Warhol, Duchamp, Nixon, Neuzinha Brizola, Picabia'.
Frederico Morais
MORAIS, Frederico. Dacoleção: os caminhos da arte brasileira. São Paulo: Júlio Bogoricin Imóveis, c.1986.

'Nos quadros e panos recentes de Granato há vários caminhos, alguns continuando as suas tendências pictóricas implícitas, mas outros basicamente novos, sobretudo quanto à apreensão do tempo e da duração. No grafismo dos trabalhos anteriores há uma apreensão impressionante dos ritmos temporais, através da sua capacidade vertiginosa de desenho instantâneo. Na pintura atual de Granato há uma ênfase da duração pelo uso de numerosas camadas de tinta, constituindo em alguns casos uma espécie de palimpsesto não figurativo. (...) Em algumas das pinturas recentes de Granato constituem-se espontaneamente esboços inconscientes de figurinhas, vivamente cinestésicos (...). Esse elemento cinestésico e os ritmos das linhas coloridas do seu grafismo abstrato exprimem o ritmo do seu tempo, que, nas fases anteriores de sua obra, já desempenhara uma função importante, de um modo diferente. A síntese dos aspectos de fluxo e de duração do tempo constitui a contribuição mais interessante da atual fase da pintura de Granato, que se afirma como um dos pintores brasileiros mais significativos de nossa época'.
Mário Schenberg
SCHENBERG, Mário. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella, 1988.

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