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João Rossi

João Rossi

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A0324

João Rossi (São Paulo SP 1923 - idem 2000). Pintor, gravador, ceramista, escultor, muralista, professor. Em 1949 viaja para o Uruguai. No ano seguinte é diretor da Associação Cristã de Moços de Montevidéu, onde é professor de educação física e, paralelamente, de desenho e pintura. Em 1951 vai para o Paraguai trabalhar na Associação Cristã de Moços de Assunção e ministra conferências sobre arte e aulas de desenho, pintura e história da arte. Ensina pintura ao ar livre e novas técnicas de emprego do pincel e da espátula e forma o Grupo Arte Nuevo. Volta a São Paulo em 1953 e leciona na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP ao lado de Nelson Nóbrega (1900 - 1997), Lívio Abramo (1903 - 1992) e Wolfgang Pfeiffer (1912 - 2003). Em 1954 realiza a tela Mangacha - apelido de sua esposa, a ceramista paraguaia Isabel Olmedo (1926) - e, a convite de Flávio Motta (1916), leciona na Escola de Arte da Fundação Armando Álvares Penteado - Faap. Torna-se diretor dessa escola em 1959 e da Faculdade de Artes Plásticas da mesma instituição em 1962. Participa da 8ª Bienal Internacional de São Paulo em 1965. Executa com Caciporé Torres (1935) os murais História e Evolução da Cidade de São Paulo, para a fachada do Palácio dos Bandeirantes, em 1968. Em 1970 é professor da Faculdade de Artes Plásticas da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Realiza mostra retrospectiva na Fundação Memorial da América Latina em 1999.
Comentário Crítico
Autodidata, João Rossi atua em países como o Paraguai, Uruguai e Brasil. Destaca-se pelo emprego da técnica polimatérica, caracterizada pelo uso de diversas matérias-primas na composição de sua obra, que ele divide em dois temas - Ameríndia e Urbanas. A temática Ameríndia tem origem no começo dos anos 1950, época em que reside no Uruguai e Paraguai, com base na percepção da desigualdade social vivida pelos índios sul-americanos. 'O ameríndio é intransferível no traço social que João Rossi, ao longo dos anos, conseguiu remontar em suas gravuras (...)'.1 Marginais, prostitutas, vendedores de flores e frutas e crianças mortas aparecem aqui tanto em gravuras, pinturas como em objetos.
Realiza as obras do eixo Urbanas a partir de 1953, quando volta a São Paulo, e se dedica ao desenvolvimento urbano e a iluminação do centro da cidade, como na obra Luminosos - Rua Álvaro de Carvalho com Av. 9 de Julho, de 1970. Aponta a transformação de lugares como a avenida 9 de Julho, apresentando em uma mesma obra antigos casarios e arranha-céus. As aquarelas, gravuras e pinturas dessa série têm em comum as gradações tonais com base na sobreposição de cores e mostram São Paulo como uma grande cidade. As duas temáticas se unem quando o artista insere a figura Ameríndia em algumas paisagens do eixo Urbanas.
Nota
1 CHRISTO, Anthony de. A face irreversível da América Latina. In: ROSSI, João. João Rossi. Elementos de Comunicação Visual Sensível (1950 a 1980). Campinas: Museu de Arte Contemporânea de Campinas, 1981.

Nascimento/Morte
1923 - São Paulo SP - 24 de dezembro
2000 - São Paulo SP - 18 de julho
Cronologia
Pintor, ceramista, gravador, professor

Autodidata
1950 - Diretor da Associação Cristã de Moços em Assunção
1950 - Diretor da Associação Cristã de Moços em Montevidéu
1953 - Volta para o Brasil e reside em São Paulo
1954/1959 - Leciona na Faculdade de Artes Plásticas da Faap
1957 - Diretor-presidente do Centro Cultural Brasil Paraguai, em Assunção
1959 - Diretor da escola de arte da Fundação Armando Alvares Penteado - Faap
1959/1972 - Diretor da Faculdade de Artes Plásticas da Faap
ca.1960 - Leciona na Associação Paulista de Belas Artes
1962 - Diretor e mentor da Faculdade de Artes Plásticas e Comunicações da Faap
1968 - Fundador e diretor da unidade de desenho e plástica da Faculdade de Filosofia da Universidade Mogi das Cruzes, São Paulo
1969 - Organizador e diretor da Faculdade de Desenho e Plástica da Universidade de Mogi das Cruzes
1970 - Diretor Pedagógico do Instituto de Menores Ana Rosa, em São Paulo
1970/1983 - Leciona na Faculdade de Artes Plásticas na Universidade Mackenzie
1972 - Professor da cadeira de iniciação às técnicas industriais da Universidade Presbiteriana Mackenzie
1973 - Coordenador da área de comunicações e Artes Universidade Mackenzie, Projeto Rondon
1974 - Dirige os cursos de especialização em artes plásticas e técnicas industriais na Universidade de Ribeirão Preto - Unaerp
1975 - Publica um álbum brinde para a Cetesb, com gravuras ecológicas em metal policrômicas
1975 - Tem quatro catálogos publicados na memória paulistana
1986 - Dedica-se ao magistério informal e cursos de especialização em gravura, escultura, desenho e pintura
1994 - Escreve, com outros autores, o texto crítico para a exposição de Cezira Carpanezzi, na Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp

Críticas

'João Rossi foi em toda a sua longa carreira artística um pintor da cidade de São Paulo. A sua obra de paisagista urbano só pode ser comparada com as de Aldo Bonadei e Manuel Martins, na Escola Paulista. Distingue-se dos outros grandes paisagistas paulistanos pela captação de aspectos de São Paulo megalópolis, enquanto Bonadei pintou sobretudo a Bela Vista e Manuel Martins certos aspectos de maior calor humano. Rossi soube apreender a beleza dura dos prédios e das ruas, a sombra dos arranha-céus e o resplendor das grandes vias de comunicação, descobrindo a sua luz especial e a sua melancolia contemporânea. Com o seu talento de pesquisador pôde sempre encontrar a técnica adequada'.
Mário Schenberg
LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.

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