Introdução
Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma "linguagem" bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.
A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí advieram são indiscutíveis.
A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar, inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.
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Kenichi Hirota
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A0214
Ken'ichi Hirota entrou na comissão de artes plásticas do Bunkyo em 1983 um ano após ter ganho a grande medalha de Ouro, e a sua contribuição como membro é inestimável sempre participativo e dedicado.
Em sua carreira de artista participou de eventos como a XIV Bienal Internacional de São Paulo, 1977- Pintores Neto-Brasileiros Contemporâneos percorrendo vários museus do Japão e Brasil, 1995- Satori - 80 Anos de Arte, Museu de Arte Contemporânea de Campinas, 1988- Arte Latinoamericano Contemporâneo e Japão, Museu de Arte de Osaka, Japão, 1981- Exposição Cosmos, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, 1974 e várias individuais no Japão e Brasil.
Como pensamento podemos pegar depoimento dos amigos e dos alunos como sendo de um extremo observador das coisas que o cercam e o levam além do limite do visível, coisa percebido principalmente através da arte. Isto podemos perceber na sua personalidade de artista extremamente dedicado ao ofício, que até os últimos instantes de vida em que pintou o quadríptico exposto aqui neste espaço.