Introdução
Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma "linguagem" bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.
A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí advieram são indiscutíveis.
A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar, inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.
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Maty Vitart
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A0120
Mathilde Vitart Silva (Marrakesh, Marrocos 1955). Pintora e ilustradora. Radicada no Brasil, vive boa parte de seu tempo em Olinda, Pernambuco, onde inicia carreira como artista autodidata e aprende litografia no ateliê de João Câmara Filho. Em paralelo a pintura, realiza ilustrações para jornais e revistas.
Nascimento
1955 - Marrakesh (Marrocos)
Formação
s.d. - Olinda PE - Autodidata, inicia sua carreira artística nessa cidade e realiza sua primeira exposição no Museu de Arte Contemporânea - MAC/Olinda
s.d. - Olinda PE - Aprende litografia no atelier de João Câmara Filho
Cronologia
Pintora, ilustradora
s.d. - OlindaPE - Radicada no Brasil, passa grande parte de seu tempo nessa cidade
Críticas
'À primeira vista, a obra de Maty Vitart, assim como o teatro alemão de Wedekind, aparenta ser uma sátira aguda, cínica e irônica, além de notavelmente subjetiva em seu manifesto. Porém, também neste caso, a deformação caricaturesca se desprende da base satírica, emite forças próprias e transforma os seres humanos em marionetes rígidas e mecanicamente manipuláveis'.
Paulo Klein
CAVALCANTI, Carlos- AYALA, Walmir, org. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Apresentação de Maria Alice Barroso. Brasília: MEC/INL, 1973-1980. (Dicionários especializados, 5).