Introdução
Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma "linguagem" bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.
A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí advieram são indiscutíveis.
A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar, inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.
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Mauro Andriole
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A0231
O artista paulistano Mauro Andriole atua desde 1988 no circuito das artes, expondo nas principais capitais do Brasil, além de ter suas obras presentes em coleções públicas e particulares no exterior. Inicia carreira em 1982 na área da ilustração - Folha de SP, VEJA, ISTO É, e revistas diversas de SP. A partir de 1988 passa a participar de coletivas em galerias de SP, RJ e RS.
Sua produção e diversidade técnica é bastante acentuada, são + de 2000 obras, passando pelas técnicas sobre papel como desenhos a lápis, canetas, nanquim e carvão, bem como colagens, para explorar também a pintura de aquarelas e acrílico, monotipias, gravuras em diversas modalidade, bem como digigrafias, fine art, relevos e esculturas. As obras em tela, na maioria, são óleos e acrílicos. Alguns temas fundamentam a pesquisa imagética: culturas ancestrais, na maior parte, visando aspectos ligados ao pensamento metafísico, o misticismo, a alquimia, o xamanismo e estados de consciência. A escolha temática se enraíza, por isso, em Filosofia, Antropologia e estudos de psicanálise junguiana.



